Pausa: dia de fazer aniversário
Olá, sei que é um dia atípico pra nos falarmos, mas hoje merece um post
12 de março é meu aniversário. 34 anos muito bem vividos, meu, como diria meu xará Luiz Boça. Desde que me lembro, aniversário sempre foi sinônimo de felicidade. Uma data que eu esperava ansiosamente quando criança pra ganhar presente, comer bolo, docinhos e, em alguns momentos, ter festinha. Quando fiz oito anos, até foi num salão de festas, que era mais um lugar grandão, com muito espaço pra crianças fãs de Mamonas Assassinas correrem.
Foi naquele março de 1996, inclusive, que os cinco de Guarulhos partiram deste plano duma vez, abruptamente. E, por isso, aquela festa foi um mix de emoções para uma cabecinha de oito anos de idade. Era uma alegria imensa ter os amiguinhos comemorando, mas uma tristeza a partida dos ídolos do momento. Claro, só nos anos 1990 que era possível uma criança ouvir tranquilamente uma música em que o letra contava que o protagonista havia sido convidado para uma tal de suruba.
Corta pra 2008 e minha segunda festa que foi em um lugar exclusivamente para tal fim. Eu e mais um (então) casal de amigos, todos aniversariantes no mesmo mês, fechamos uma pequena (bem pequena) balada, em que cabiam umas 70 pessoas e foram provavelmente umas 150. Tínhamos que garantir a entrada de pelo menos 50 para que o ingresso custasse R$ 35 para cada um, ou 70, para que a entrada saísse por R$ 30. E o rolê era open bar: de cerveja, caipirinhas, água, refri e energético. Existe a grande possibilidade de que o lugar não tinha comida, só bebida. Apenas um comentário possível para esse momento da vida: Jovens, vivendo em um Brasil que ficou no passado.
Chegamos em 2022. Já tive outros 33 aniversários pra trás e, agora no 34º, ao fuçar nas memórias, me lembrei com mais facilidade desses dois que citei. Em um período mais do que dinâmica no trabalho e na vida, milhões de coisas vem acontecendo, desde o trivial levar e/ou buscar as crianças na escola até visita do dono gringo da firma que mobiliza um departamento inteiro em prol de preparar tudo pra chegada dele.
Aniversário costuma deixar a gente bastante reflexivo e, em meio a essa loucura toda, eu quase esqueci que meu dia estava chegando. Quer dizer, não esqueci da data, mas do que envolve a data. Combinar alguma coisa com amigos? Visitar a família? Ir almoçar com as crianças? Comprar um presente? Conseguir definir uma data para um almoço com o time na empresa? Falhei com sucesso em todos esses itens e até solicitei um adiamento - do meu aniversário, no caso - que, claro, não dá pra acontecer.
Será que eu deixei a magia de fazer aniversário pra trás? Será que acabou o encanto? Ou será que eu "cresci" o suficiente pra não ficar mais ansioso por um dia normal, como hoje e ontem, mas que faz com que eu me sinta mais velho? Talvez eu só quisesse uma pausa e, em meio a tudo isso, o papel (no caso, o computador) apareceu pra me ajudar, como forma de expressão.
Não quero, e não vou, ter uma visão pessimista em relação a uma data tão querida. Eu só me senti na necessidade de desabafar de leve e, porque não, comemorar comigo mesmo de uma forma diferente, já que o Brasil da gasolina a R$ 7 o litro dificulta o autopresenteamento.
Que venham muitos mais aniversários, com mais reflexões e menos complicações. Ainda gosto (e não vou deixar de gostar) do carinho, das mensagens de parabéns, dos abraços, do bolo e dos docinhos. E dos mimos, me mandem mimos, porque ninguém é de ferro. Aceito pix, inclusive! 😋
Beijos de luz e até a próxima,
Luigi"